Sufoquei um grito de puro pavor enquanto as garras Dela erguiam-se, indicando algo em mim. Quando abriu Sua boca, senti o nauseabundo odor de enxofre misturar-se ao ambiente, e percebi que aquele era o cheiro final, o aroma que antecede a morte. Em um múrmurio, ouvi-A dizer que estávamos próximas, tão próximas que eu havia deixado de perceber Sua majestosa presença, e, por isso, partilhava de minha companhia, à espreita, aguardando o momento certo. Ainda pronunciou, com certa fúria: "Nós já estivemos de encontro marcado, e lhe fostes concedida a sorte de poder faltar. Escapastes de Mim uma vez, e, quando puder pousar minhas inebriadas mãos sobre vós, não irás retornar, jamais. ".
Eu, que estava estática diante de sua pálida e encurvada figura, apenas ri, fiz estardalhaço de Sua promessa, como se fosse mera ameaça infantil. Fuzilando-me com os olhos, Ela exclamou, seca e ríspidamente: "Em breve, voltarei."
Enquanto Seu espectro sumia diante de mim, olhei para as antigas cicatrizes (local para o qual Ela havia apontado). Refletindo um pouco, concluí, com certo assombro, que a Morte está sempre ao lado.
5 comentários:
Fazia seculos que não vinha aqui! Linda sua foto nova, viu! Beijos! (Agora vou ler pra tirar o atraso!)
E sempre que olhares para feridas como essas, verás que pode vencê-la...
Fran, c não atualiza mais não é? :(
Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos to com saudades!
Muito forte, mas bonito...apesar das palavras pesadas,é o que muitos sentem e poucos sabem dizer.
Um beijo
menina, atualiza.
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