Desconcerto

Mais uma vez, lá estava ela, sozinha com seus demônios, e fraca demais para enfrentar os fantasmas que insistiam em perseguí-la. Já faz tanto tempo, e as lembranças ainda pairam pelo ar, cercando-na, sugando pouco a pouco sua energia vital já quase perdida. De repente, o ar havia ficado pesado demais, espesso, quase sólido. Respirar era doloroso, e pensar, ainda mais.
Era como se as paredes estivessem se comprimindo à sua volta, sim, talvez estivessem, não sabia ao certo o que era tudo aquilo. Sua cabeça latejava à medida que ela tentava aceitar os fatos, sem mascaras, do modo que realmente eram, e sempre serão, pois certas coisas não mudam jamais, como o fato de que ela era fraca, fraca demais para ver tudo desmoronar daquele jeito, sem nada a ser feito. Poderia mentir para si mesma, aliás, era o que melhor sabia fazer: iludir-se; mas aqueles pensamentos... ah ! Sim, ela os havia negado, guardado, reprimido, porém de certa forma, ali estavam eles, povoando sua mente de misérias, sem que nada pudesse fazer para detê-los.
As noites são excessivamente longas quando se tem o medo como companhia. Você bem sabe que é assim que funcionam as coisas, então para que resistir? Baixe a guarda, desista, e implore para que eles vão embora. Já está amanhecendo, e tudo começará novamente...

P.s: (in)felizmente, estou de volta.