Solitude

Às vezes, acho que as pessoas estão simplesmente ocupadas demais para mim. Meus pais estão ocupados, meus amigos estão ocupados, e, acreditem, até minha irmã, com seus livros e desenhos animados, está ocupada demais para mim.

Vago pela casa, olhando pelos cantos, esperando por alguém com quem possa conversar, mas o mundo segue sua rotina, e as pessoas são tão ocupadas... Fecho-me em mim mesma, digerindo conclusões, encarcerando e matando ideias, pensamentos que apenas queriam correr livres. Escrevo, pois, sendo que não há quem me ouça, ainda busco, desesperadamente manter contato com o mundo exterior.


Continuo trancada em meu próprio mundo, fechado a sete chaves, então perco-me em devaneios, trilhos abandonados, de um caminho que jamais alguém poderá percorrer, pois ele leva ao extremo abismo de minha alma. Na ponta desse desfiladeiro, estou inteiramente só, e há algo, oculto nas sombras destas vastas planícies de pensamentos jamais revelados, que me empurra para a borda, de forma lenta e dolorosa; então, dentro de mim, há algo que grita por socorro, enquanto, em frente ao espelho, eu sigo a treinar meus olhos, para que não revelem, jamais, o incrível horror que de mim se apodera.

Mero desabafo, desprovido de

qualquer intenção literária...