Era a hora do chá. Lá, bem longe, onde habita a bailarina, o dia está cinzento. Sim, ela poderia colorí-lo, se quisesse, com seus pliês e piruetas, mas a bailarina estava triste. Nada havia mudado ao seu redor, o problema era ela. Quem sabe fosse a liberdade de seus movimentos que a cansara, ou então, ela já não fosse mais a mesma.Seu pequeno mundo já não lhe bastava, pois era tudo tão igual que perdera o êxtase. Seus passos ensaiados não lhe satisfaziam mais, a música já não lhe animava e sua pequena sapatilha cor-de-rosa, de repente, parecia-lhe uma corrente, que a prendia ao chão e não lhe deixava voar.
Ela escrevia tudo isso em seu moleskine colorido, olhando pela janela o desenrolar daquele dia tempestuoso e hostil, quando o relógio marcou as cinco horas.
Nada mais importava, era a hora do chá.
3 comentários:
Pois é, dias cinzentos comuns ao tempo de agora, uma maçada!
Mto bom, lírico e com uma dose de humor!
Parabéns
"....Seus passos ensaiados não lhe satisfaziam mais, a música já não lhe animava... "
Me identifiquei bastante com esse trecho.
"....Seus passos ensaiados não lhe satisfaziam mais, a música já não lhe animava... "
Me identifiquei bastante com esse trecho.
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