terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Aquela que encontramos pelo caminho

Olha quem vem pela estrada: Ela. Tão enigmática, majestosa, divinamente impiedosa. Seu modo de caminhar, jogando os cabelos ao vento, desvirtua os pensamentos de qualquer andarilho que cruzar pelo seu caminho. Seu brilho era ofuscante, até mesmo o sol escondia-se ao vê-la passar e o seu perfume misturava-se com a brisa, aquele cheiro inconfundível do ar que sobe do abismo.
Tinha uma força inexplicável, que atraía todos para a sua enorme teia. Era cruel. Ninguém jamais escapava. Ela fascinava todos os homens, que partiam em uma busca desenfreada e psicótica, até que, enfim, podiam encontrá-La, sentada em um trono lapidado de ossos e diamantes. Seu riso era de escárnio, sua pele tão branca e gélida quanto a neve, seus olhos eram o mais puro negro.
Você provavelmente já cruzou com ela em suas andanças, e caso ainda não o tenha feito, mais cedo ou mais tarde a encontrará. Quando a hora chegar, o ar ficará denso, os olhos ficarão esbugalhados, e a sua boca, repleta de vermes tentará, em vão, repetir o nome Dela, aquele nome formado por cinco singelas letras, que irá nos calar para sempre.


Ela se chama Morte.

Um comentário:

Liz de Gaia disse...

Fran, adorei teu blog... tua cara.
bjaosk*