terça-feira, 13 de abril de 2010

And I can't feel anything

Eu falo sobre a ausência. Não de algo palpável ou concreto, mas sim daquilo que é invisível aos olhos. Refiro-me a falta parcial ou completa de sentimentos. É aquele vazio familiar e impreenchível, um branco, uma pausa; algo que, definitivamente, não está ali.
Talvez haja algo de errado comigo, um defeito de fábrica, se é que posso chamar assim. Estou impassível,  isto agita-me. Eu deveria gritar, esmurrar as paredes ou, quem sabe, a mim mesma. No entanto, sou como uma escultura de gelo, fria, vazia, inatingível.
Não sentir dói. Machuca pois não se sabe o que falta, fere pelo simples fato de não existir. Definitivamente há algo errado, como se houvesse uma falha na minha programação. Não compreendo o que se passa comigo, divago palavras aleatórias buscando alguma resposta, só o que sei é que dói. Em alguns momentos, sobe-me o gosto da bile, o gosto estrangulado de algo que não se encaixa, da falta daquilo que sequer sei explicar.
Não sei viver no meio-termo.

Um comentário:

Jennifer Gouveia disse...

Seus textos são simplesmente perfeitos *_*