Nos seus pensamentos, o sangue escorria. Calmo, passivo, ao mesmo tempo que revirava o seu mundo. Ah, era assim que tinha que ser. Sim, ela também podia sentir. Num fluxo monótono, aquele líquido rubro e pastoso escorria, formavam-se gotas que pingavam no chão, esvaindo-se para completar o vazio que a havia entediado.
Depois de um tempo, imaginar perdeu a graça. Abrindo lentamente os olhos, estava de volta ao seu mundo, tudo continuava igual, nada saíra do lugar.
Algum tempo depois, ao olhar para o próprio pulso, viu um pequenino ponto vermelho, que, de tão teimoso, escapara de sua imaginação para ali se instalar, zombeteiro. Digam-me, senhores: a realidade é sempre aquilo que enxergamos?
3 comentários:
Adorei muito, mas MUITO mesmo esse post. Nem sei o que dizer sobre ele, tá maravilhoso!
Acho que há vários tipos de realidade, talvez elas possam se misturar, como no seu conto. Quem sabe?
^^
Muito bom o seu texto :]
Té mais
Beijos
;*
Essa "realidade" que insiste existir na consciência é que nos propicia enxergar as coisas de diferentes formas. Uma realidade que lhe dá compreensões distintas e variadas. Ótimo texto.
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